terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Ó Fortuna ...


A Carmina Burana estreiou em Frankfurt, em 1937, pelo compositor alemão Carl Orff. Trata-se de uma cantata cheia de simbologia da antiguidade, uma paródia da vida humana sujeita as constantes mudanças.
O texto, uma poesia medieval, foi retirado de um manuscrito do Séc. XIII encontrado em um convento - Benediktbeuern nas proximidades de Bad Tolz - Baviera.
A musica foi composta inteiramente nova apesar do texto possuir traços musicais. Ela requer a participação de um soprano, um tenor e um barítono, além de coros e uma grande orquestra.
A estrutura da obra é composta de um prólogo e duas partes. O  prólogo invoca a deusa da fortuna onde desfilam vários personagens e seus destinos; A primeira parte celebra o encontro do homem com a natureza, especificamente a primavera -"Veris laeta facies"; Na segunda ocorrem os cantos que celebram as maravilhas do vinho e do amor - “Amor volat undique”, glorificando a bela jovem - "Ave, formosissima" e finaliza com a invocação da Fortuna - "O Fortuna, velut luna”.
A obra é muito conhecida, talvez nem tanto pelo nome, mas pelo ritmo ou como trilha sonora  de filmes medievais.
É sem dúvida uma cantata muito significativa e não pode deixar que ser apreciada pelo público que busca a boa música erudita.
FORTUNA IMPERATRIX MUNDI

FORTUNA IMPERATRIZ DO MUNDO

1 - Ó Fortuna

O Fortuna
velut luna
statu variabilis,
semper crescis
aut decrescis.
vita detestabilis,
nunc obdurat
et tunc curat;
ludo mentis aciem,
egestatem,
potestatem
dissolvit ut glaciem.

Sors immanis
et inanis,
rota tu volubilis,
status malus,
vana salus
semper dissolubilis,
obumbrata
et velata
michi quoque niteris;
nunc per ludum
dorsum nudum
fero tui sceleris.


Sors salutis
et virtutis
michi nunc contraria,
est affectus
et defectus
semper in angaria.
Hac in hora
sine mora
corde pulsum tangite;
quod per sortem
sternit fortem,
mecum omnes plangite!

1 - Ó Fortuna

  

Ó Fortuna
és como a Lua
mutável,
sempre aumentas
e diminuis;
a detestável vida
ore escurece
e ora clareia
por brincadeira a mente;
miséria,
poder,
ela os funde como gelo.

Sorte monstruosa
e vazia,
tu – roda volúvel –
és má,
vã é a felicidade
sempre dissolúvel,
nebulosa
e velada
também a min contagias;
agora por brincadeira
o dorso nu
entrego à tua perversidade.

A sorte na saúde
e virtude
agora me é contrária.
e tira
mantendo sempre escravizado.
nesta hora
sem demora
tange a corda vibrante;
porque a sorte
abate o forte,
chorais todos comigo!

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