A
cada eleição ouvimos as mesmas queixas, os eleitores, cidadãos não têm
disposição ou interesse em ouvir ou conhecer os candidatos e suas propostas, o
que nos leva a crer como integrantes efetivos do cenário político que não lhes
interessa essa prática ou que julga de forma deturpada o exercício da política
e do próprio sujeito como algo negativo e desnecessário.
Até mesmo nas redes sociais os
comentários são negativos, inclusive questionando a importância dessa discussão
no meio, o qual acreditamos ser o mais oportuno para oferecer subsídios às
pessoas com relação aos seus futuros representantes. Isso nos mostra a falta de
amadurecimento não só político, mas da própria cidadania, pois impede uma
análise consistente das potencialidades oferecidas nesse momento tão importante
para ao futuro de nossas comunidades.
O termo política é derivado do grego
e se refere aos procedimentos relativos a polis ou cidade-estado. Pode
então se referir tanto ao Estado, quanto à sociedade e comunidade ou as
demais atividades humanas. É definida também como “a
convivência entre diferentes", pois se baseia na pluralidade dos homens, então
a igualdade a ser alcançada nesses interesses conflitantes é a própria liberdade,
pois distingue o convívio dos homens nessas cidades-estados.
Em O Príncipe, Maquiavel
define a política como a arte de conquistar, manter e exercer o poder, o
próprio governo.
Já nas concepções Aristotéticas (filosofia
de Aristóteles) a política é vista como uma ciência
que busca a felicidade humana seja na forma individual do homem quanto na felicidade
coletiva da polis, cabendo então as formas de
governo e as instituições assegurarem uma vida feliz ao cidadão. Para tanto deve
ser praticada buscando-se o conhecimento para a efetivação das ações.
"Vemos que toda cidade é uma espécie de
comunidade, e toda comunidade se forma com vistas a algum bem, pois todas as ações
de todos os homens são praticadas com vistas ao que lhes parece um bem; se
todas as comunidades visam a algum bem, é evidente que a mais importante de
todas elas e que inclui todas as outras tem mais que toda este objetivo e visa
ao mais importante de todos os bens; ela se chama cidade e é a comunidade
política" (Pol.,
1252a).
Portanto,
deixar de exercer o direito a busca do conhecimento e da análise dos potenciais
dos candidatos e suas propostas, é um retrocesso nos processos de desenvolvimento
da própria coisa pública e consequentemente, da própria busca de soluções para
os problemas da comunidade e porque não dizer da sua própria felicidade.