É comum ouvirmos as pessoas discutindo questões que envolvem a educação e seus agentes, uns acham isso outros aquilo, é culpa dos salários baixos! é falta de interesse e preparo dos professores! tem alguma coisa errada pois o Jacarélio nunca teve problemas com matemática, enfim são muitas opiniões que passam longe do verdadeiro problema existente com a educação nos dias de hoje.
As pessoas mais vividas, não mais velhas, devem lembrar saudosas seu tempo de escola, momento em que se reuniam com a turma, os amigos, as brincadeiras onde o aprender era um privilégio e para poucos, pois o trabalho exigia sua fatia na vida dos jovens, era preciso ajudar o pai, a mãe e o dinheirinho para o material escolar estava muito excasso, mas os "primos" da cidade cursavam colégios caros e até mesmo viravam doutor!
Contudo as boas impressões e o saudosismo só vem com o tempo e me parece às pessoas mais idosas, de uma outra maneira de vida de uma outra criação, de outros tipos de pais.
Hoje, esse processo parece penoso para os envolvidos, sejam alunos ou mesmo os professores que resistem as dificuldades encontradas na sua praxis-pedagágica, que são: a falta de condições de trabalho, a carga horária, a falta de tempo para se qualificar, a indisciplina, o falta de interesse dos alunos e também, porque não dizer, os baixos salários que os obrigam a jornada de trabalho cada vez maiores, apesar dos superavits, das linhas de crédito e outros benefícios que existem por esse Brasil.
Estudar nos dias de hoje é mais complexo e deixado, por vezes, de lado não necessariamente pela necessidade de trabalho, mas pelo despreparo e falta de interesse dos nossos jovens.
O Professor geralmente chega cedo na escola cheio de pastas, livros, anotações e planos de como, hoje, irá conseguir transmitir seus conhecimentos àquela classe quase lotada, com seus 38, 40 e 45 alunos.
Missão quase impossível para um único agente, que por mais preparado, por mais vontade que tenha, por mais que queira usar seus 50 minutos de aula, correspondente a um período, de um total de cinco naquela manhã.
Quer fazê-lo de forma organizada e eficiente para atender se possível a todos e individualmente
àqueles que precisam, pois as turmas nunca são homogênias, são vários níveis de conhecimento e vários interesses individuais, quando as dificuldades ficama evidentes: é a falta de base, é o não saber interpretar as questões que são propostas, é o não entender a própria escrita, sem contar as palavras estranhas que fogem ao seu vocabulário, fórmulas matemáticas, a horrível física, tem gente que odeia até hoje, muitos anos depois, é muito "complicada".
Afinal - Pra que vamos usar isso mesmo? Pergunta um aluno com aqueles skates surrados! - Se eu vou ser jogador de futebol! - político! - ou modelo!
Não que essas nobres ocupações não precisem de preparo, conhecimento e treino, mas nossos alunos, no geral, desconhecem a importância da leitura, do raciocínio lógico, do exercitar a mente através de cálculos e outros artifícios que exigem comprometimento - Isso dá muito trabalho!
Mas voltando aquele sujeito lá na frente!
Ele está "tentando" passar alguma coisa quando se depara ainda com a Belinha retocando sua maquiagem, já pela segunda ou terceira vez, com o Julinho exibindo seu carrinho novo aos colegas, inclusive imitando o som do potente motor, com o reboleition ouvindo seu som preferido no MP 3, 4 e etc. - Aparelho muito bom dá quase para ouvir lá da frente, com as mensagens "fresquinhas' do torpedo que acabaram de chegar, sem falar nas múltiplas funções que tem os aparelhos celulares hoje em dia.
Não podemos esquecer também aquele aluno que quase nunca traz o material só para ficar zanzando pela sala ou ter que sentar com o colega na hora da atividade com o livro didático, afinal sem o livro não tem como!, sem o livro não dá!
Mesmo assim, restam ainda alguns minutos a serem vencidos com o conteúdo para alguns poucos que com suas dificuldades e seu interesse querem tentar aprender apesar da conversa, dos papeizinhos voadores, dos aviões feitos ali mesmo na sala de aula e do constante barulho que vem da sala vizinha.
Quase no fim, o relógio parece estar com problemas, a campanhia não toca e o alerta para fazerem a lição de casa se perde nas reclamações de alguns atentos- já não devia ter "batido" Prô?
Brimmm!!!
Esse texto é uma obra de ficção qualquer infeliz semelhança com a realidade é mera coincidência !
Educação é uma via de no mínimo duas mãos,
deveria mesmo é ter muitas mais para que a qualidade realmente existisse
e conseguissemos sair da mediocridade do necessário para passar!
Que tal começar em casa!!!!
foto: Pablo Pinheiro