quinta-feira, 21 de maio de 2020

Professores sofredores

A realidade nos mostra que a educação e principalmente os educadores, professores, funcionários públicos sempre foram vistos, por parte dos gestores, governantes e políticos, como a categoria responsável pelo inchamento da folha de pagamento, gastos do governo ou privilegiados de onde sempre podemos tirar um pouco mais, seja reduzindo os investimentos com a educação ou buscando reduzir direitos há muito conquistados pela categoria. 
A educação se faz aos trancos e barrancos, e mesmo assim ela é capaz de transformar e formar pessoas, construir sujeitos e uma sociedade melhor, pois sem ela viveríamos uma barbárie maior do que vivemos hoje, pois a ética e a humanidade têm se perdido diante de um mundo de competições egoismo e insensatez.
Por que é tão difícil fazer do discurso a ação? Por que não destinar recursos significativos para educação e principalmente, por que não valorizar de fato àqueles que se dedicam a ela! 
O Governo do PSDB do RS na busca de recursos, para cobrir o deficit do Estado, fazer caixa, mais uma vez direcionou sua atenção para a educação, fazendo na última reforma da previdência e do plano de carreira do magistério, aprovado por uma base cúmplice no Legislativo, alterações significativas que prejudicaram uma grande parte do funcionalismo público gaúcho.
Imagine você inativo, depois de anos de contribuição, ser "convidado" a voltar a contribuir com a previdência, retirando do seu provento um valor que poderia ser usado para remédios, gastos com a casa ou mesmo com o merecido lazer, falo aqui da maioria dos funcionários públicos, àqueles que recebem valores que mal dá pra sobreviver dignamente. 
Para os professores foram várias as alterações que impactaram grandemente na folha de pagamento, que há mais de 60 meses vem sendo parcelada, atraso que obriga os servidores a fazer, junto ao Banco do Estado, empréstimos para poderem arcar com suas despesas e tentarem pagar suas contas em dia, o que têm também contribuído para o aumento do endividamento dos servidores públicos. 
Temos ainda o reenquadramento do difícil acesso, o desconto, religiosamente, dos dias de greve (que foram repostos, pois do contrário não teria fechado o ano letivo), o fim da redução da carga horária para os mais velhos, gerando mais trabalho, enfim. 
Mais uma vez se tira dos que têm menos, numa espécie de Robin Hood as avessas, sem se preocupar com as consequências para os servidores e para a própria educação de nosso Estado, que há muito deixou de ser referência nesse Brasil de intolerância e desigualdades. 

sábado, 2 de maio de 2020

Dia da Educação

No dia internacional da educação, como educador fico pensando o quanto isso tem realmente importância para as pessoas, nossos jovens e a sociedade.

Temos visto cada situação no ambiente escolar, a falta de interesse, o desrespeito ao professor, as inúmeras cobranças de pais, direção, governo e da própria sociedade como fiscalizadores de um ideal imaginário.

Só quem está a frente, na sala de aula, sabe o que estou falando e do quanto temos resistido a um sistema que  nos parece, estar ai somente para nos cobrar, afinal como sempre nos dizem a responsabilidade por uma boa ou ma educação é sempre do professor.

Temos que dar jeito, fazer acontecer, fazer aprender, fazer ficar quietos e acima de tudo garantir os direitos de todos menos o nosso, pois escolhemos ser professores, agora aguente ou vai fazer outra coisa como dizem, fácil falar a alguém que se dedica há anos à educação.

Não é fácil ensinar a quem não quer aprender! Principalmente num pais onde educação só têm valor em discurso de politico, na época de eleição, ou dos pais no final do ano quando os filhos estão reprovados ou ainda quando os gestores nos cobram o cumprimento da legislação, 200 dias e 800 horas, de pura dedicação e entusiasmo no tentar melhorar o individuo.

Nem vou falar da infraestrutura capenga, da informática sem aparelhos ou mesmo internet para as atividades, na merenda de centavos servida em nossas escolas, na falta de auxilo psicológico, nesse mundo louco e cheio de desafios não só para os alunos, mas para os professores que adoecem diuturnamente tentando fazer o seu melhor e um pouco mais, muitas vezes sem permissão para ter problemas pessoais, adoecer ou lesionar, pois logo são taxados de preguiçosos ou desleixados, tendo que absorver períodos, assumir turmas, concentrando horário extra de trabalho mesmo que a qualidade seja prejudicada, por falta de substitutos ou assistentes, pois o que importa é não mandar alunos pra casa, mesmo que a escola se torne uma simples creche pois assim ninguém irá reclamar.

Enfim, poderíamos celebrar o dia da educação valorizando e ouvindo quem realmente entende e se importa com ela, o professor, ensinar e cobrar de nossos filhos uma postura respeitosa com quem tenta lhes ensinar algo para a vida, brigar muito para que educação seja prioridade em nossas vidas e que todos façam a sua parte, família, gestores e sociedade.

Parabéns professores, nesse 28 de abril, pois sem seu empenho e a dedicação incondicional a educação continuaria sendo apenas uma palavra.