POEMINHO DO CONTRA
Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!
Mario Quintana
domingo, 18 de abril de 2010
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Pe Antônio Vieira
As palavras do Padre Antônio Vieira, mesmo após 400 anos, podem nos orientar e oportunizar a reflexão sobre a nossa existência humana.
Ele nos fala sobre vários temas deixando, através de seus sermãos, belas mensagens:
Sobre a pretensão de nobreza, e prestígio - “A verdadeira fidalguia é a ação... Cada um é as suas ações, e não outra coisa... Quando vos perguntarem quem sois vós, não vades revolver o nobiliário de vossos avós, ide ver a matrícula de vossas ações... O que fazeis, isso sois, nada mais.”
Sobre a igualdade perante Deus - “A lei de Cristo é uma lei que se estende a todos, com igualdade, e que obriga a todos sem privilégio: ao grande e ao pequeno: ao alto e ao baixo: ao rico e ao pobre: a todos mede pela mesma medida”, diz o Pe. Vieira no Sermão de Santo Antonio.
Sobre a escravização dos índios - “Não posso, porém, negar que todos nesta parte, e eu em primeiro lugar, somos muito culpados... porque devendo defender os gentios que trazemos a Cristo... acomodando-nos à fraqueza do nosso poder e à força do alheio, cedemos da sua justiça, e faltamos à sua defesa...à força de persuasões e promessas (que se lhes não guardam) os arrancamos das suas terras, trazendo as povoações inteiras a viver ou morrer junto das nossas...não só não lhes defendemos a liberdade, mas pactuamos com eles e por eles, como seus curadores, que sejam meio cativos, obrigando-os a servir alternadamente a metade do ano” (Sermão da Epifania, l662).
Sobre a escravidão negra, compara os escravos ao próprio Cristo - “Em um engenho sois imitadores de Cristo crucificado: porque padeceis em um modo muito semelhante o que o mesmo Senhor padeceu na sua cruz, e em toda a sua paixão... Cristo despido, e vós despidos: Cristo sem comer, e vós famintos: Cristo em tudo maltratado, e vós maltratados em tudo.” Falando da crueldade dos senhores de engenho no trato com os escravos: “Eles mandam e vós servis; eles dormem e vós velais; eles descansam, e vós trabalhais; eles gozam o fruto de vossos trabalhos... Não há trabalhos mais doces que o das vossas oficinas; mas toda essa doçura para quem é? Sois como abelhas... as abelhas fabricam o mel, sim; mas não para si.” Em outro texto, Vieira convida a uma reflexão a respeito da dignidade dos negros, filhos de Deus e herdeiros do Cristo: “Estes homens não são filhos do mesmo Adão e da mesma Eva? Estas almas não foram resgatadas com o sangue do mesmo Cristo? Não há escravo no Brasil, e mais quando vejo os mais miseráveis, que não seja para mim matéria de profunda meditação... Comparo o presente com o futuro, o tempo com a Eternidade, o que vejo com o que creio, e não posso entender que Deus, que criou estes homens tanto à sua imagem e semelhança, como os demais, os predestinasse para doces infernos, um nesta vida, outro na outra.” (um dos Sermões do Rosário)
Sobre o luxo e a riqueza - “Se as galas, as jóias e as baixelas ... foram adquiridas com tanta injustiça e crueldade, que o ouro e a prata derretidos, e as sedas se se espremeram, haviam de verter sangue; como se há-de ver a fé nessa falsa riqueza? Se as vossas paredes estão vestidas de preciosas tapeçarias, e os miseráveis a quem despistes para as vestir a elas, estão nus e morrendo de frio; como se há-de ver a fé, nem pintadas nas vossas paredes?” (Sermão da Quinta Dominga da Quaresma)
Sobre a corrupção dos governantes - “O ladrão que furta para comer, não vai, nem leva ao inferno; os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são outros ladrões, de maior calibre e de mais alta esfera, os quais debaixo do mesmo nome e do mesmo predicamento, distingue muito bem S. Basílio Magno: Não são só ladrões, diz o santo, os que cortam bolsas ou espreitam os que se vão banhar, para lhes colher a roupa: os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manha, já com força, roubam e despojam os povos. Os outros ladrões roubam um homem: estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo do seu risco: estes sem temor, nem perigo; os outros, se furtam, são enforcados: estes furtam e enforcam”. (Sermão do Bom Ladrão)
Sobre o Brasil e a Bahia - “quero acabar este sermão com uma profecia alegre...e é que desta vez se há de restaurar o Brasil... Muitos transes... tens padecido, desgraciado Brasil, muitos te desfizeram para se fazerem, muitos edificam palácios com os pedaços de tuas ruínas, muitos comem o seu pão ou o pão não seu com o suor do teu rosto; eles ricos, tu pobre; eles salvos, tu em perigo; eles por ti vivendo em prosperidade, tu por eles a risco de expirar. Mas agora alegra-te, anima-te, torna em ti, e dá graças a Deus, que já por mercê sua estamos em tempo que se concorrermos com o nosso suor, há de ser para a nossa saúde.” ... “Anime-se, pois, a fidelidade e liberalidade deste povo a se socorrer e ajudar nesta causa tão justa e tão sua, estando mui certo e seguro que se der o suor, se der o sangue, não há de ser para que outros vivam e triunfem, senão para que nós vivamos e triunfemos de nossos inimigos. Tudo o que der a Bahia, para a Bahia há de ser; tudo o que se tirar do Brasil, com o Brasil se há de gastar.” (Sermão da Visitação)
Seus sermões são fontes de inspiração que atravessam os séculos e podem contribuir para que inspirados por eles possamos construir um mundo melhor para todos.
Ele nos fala sobre vários temas deixando, através de seus sermãos, belas mensagens:
Sobre a pretensão de nobreza, e prestígio - “A verdadeira fidalguia é a ação... Cada um é as suas ações, e não outra coisa... Quando vos perguntarem quem sois vós, não vades revolver o nobiliário de vossos avós, ide ver a matrícula de vossas ações... O que fazeis, isso sois, nada mais.”
Sobre a igualdade perante Deus - “A lei de Cristo é uma lei que se estende a todos, com igualdade, e que obriga a todos sem privilégio: ao grande e ao pequeno: ao alto e ao baixo: ao rico e ao pobre: a todos mede pela mesma medida”, diz o Pe. Vieira no Sermão de Santo Antonio.
Sobre a escravização dos índios - “Não posso, porém, negar que todos nesta parte, e eu em primeiro lugar, somos muito culpados... porque devendo defender os gentios que trazemos a Cristo... acomodando-nos à fraqueza do nosso poder e à força do alheio, cedemos da sua justiça, e faltamos à sua defesa...à força de persuasões e promessas (que se lhes não guardam) os arrancamos das suas terras, trazendo as povoações inteiras a viver ou morrer junto das nossas...não só não lhes defendemos a liberdade, mas pactuamos com eles e por eles, como seus curadores, que sejam meio cativos, obrigando-os a servir alternadamente a metade do ano” (Sermão da Epifania, l662).
Sobre a escravidão negra, compara os escravos ao próprio Cristo - “Em um engenho sois imitadores de Cristo crucificado: porque padeceis em um modo muito semelhante o que o mesmo Senhor padeceu na sua cruz, e em toda a sua paixão... Cristo despido, e vós despidos: Cristo sem comer, e vós famintos: Cristo em tudo maltratado, e vós maltratados em tudo.” Falando da crueldade dos senhores de engenho no trato com os escravos: “Eles mandam e vós servis; eles dormem e vós velais; eles descansam, e vós trabalhais; eles gozam o fruto de vossos trabalhos... Não há trabalhos mais doces que o das vossas oficinas; mas toda essa doçura para quem é? Sois como abelhas... as abelhas fabricam o mel, sim; mas não para si.” Em outro texto, Vieira convida a uma reflexão a respeito da dignidade dos negros, filhos de Deus e herdeiros do Cristo: “Estes homens não são filhos do mesmo Adão e da mesma Eva? Estas almas não foram resgatadas com o sangue do mesmo Cristo? Não há escravo no Brasil, e mais quando vejo os mais miseráveis, que não seja para mim matéria de profunda meditação... Comparo o presente com o futuro, o tempo com a Eternidade, o que vejo com o que creio, e não posso entender que Deus, que criou estes homens tanto à sua imagem e semelhança, como os demais, os predestinasse para doces infernos, um nesta vida, outro na outra.” (um dos Sermões do Rosário)
Sobre o luxo e a riqueza - “Se as galas, as jóias e as baixelas ... foram adquiridas com tanta injustiça e crueldade, que o ouro e a prata derretidos, e as sedas se se espremeram, haviam de verter sangue; como se há-de ver a fé nessa falsa riqueza? Se as vossas paredes estão vestidas de preciosas tapeçarias, e os miseráveis a quem despistes para as vestir a elas, estão nus e morrendo de frio; como se há-de ver a fé, nem pintadas nas vossas paredes?” (Sermão da Quinta Dominga da Quaresma)
Sobre a corrupção dos governantes - “O ladrão que furta para comer, não vai, nem leva ao inferno; os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são outros ladrões, de maior calibre e de mais alta esfera, os quais debaixo do mesmo nome e do mesmo predicamento, distingue muito bem S. Basílio Magno: Não são só ladrões, diz o santo, os que cortam bolsas ou espreitam os que se vão banhar, para lhes colher a roupa: os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manha, já com força, roubam e despojam os povos. Os outros ladrões roubam um homem: estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo do seu risco: estes sem temor, nem perigo; os outros, se furtam, são enforcados: estes furtam e enforcam”. (Sermão do Bom Ladrão)
Sobre o Brasil e a Bahia - “quero acabar este sermão com uma profecia alegre...e é que desta vez se há de restaurar o Brasil... Muitos transes... tens padecido, desgraciado Brasil, muitos te desfizeram para se fazerem, muitos edificam palácios com os pedaços de tuas ruínas, muitos comem o seu pão ou o pão não seu com o suor do teu rosto; eles ricos, tu pobre; eles salvos, tu em perigo; eles por ti vivendo em prosperidade, tu por eles a risco de expirar. Mas agora alegra-te, anima-te, torna em ti, e dá graças a Deus, que já por mercê sua estamos em tempo que se concorrermos com o nosso suor, há de ser para a nossa saúde.” ... “Anime-se, pois, a fidelidade e liberalidade deste povo a se socorrer e ajudar nesta causa tão justa e tão sua, estando mui certo e seguro que se der o suor, se der o sangue, não há de ser para que outros vivam e triunfem, senão para que nós vivamos e triunfemos de nossos inimigos. Tudo o que der a Bahia, para a Bahia há de ser; tudo o que se tirar do Brasil, com o Brasil se há de gastar.” (Sermão da Visitação)
Seus sermões são fontes de inspiração que atravessam os séculos e podem contribuir para que inspirados por eles possamos construir um mundo melhor para todos.
quinta-feira, 1 de abril de 2010
PÁSCOA!
Uma das celebrações mais importantes para os cristãos, a páscoa representa a ressurreição de Jesus Cristo. Para nós oferece um momento de reflexão sobre a nossa condição humana, nossas ações, nosso dia-a-dia e a necessidade de buscarmos uma evolução como pessoas. É um momento de renovação.
É hora de nos descobrirmos na mais profunda introspecção, oportunidade impar de através dessa descoberta e profunda análise aproveitar para impormos novos hábitos e renascermos para uma nova vida.
Todos os dias mudamos um pouquinho, pois nunca mais seremos os mesmos ao estarmos sujeitos a certas experiências e ao próprio convivio com as outras pessoas tornamo-nos simplesmente diferentes.
Saber mediar esses momentos, sejam bons ou ruins e utilizá-los para o crescimento pessoal é o nosso desafio, pois só nos tornaremos melhores se renascermos conscientes do que precisa ser mudado.
Ter a atitude para fazê-lo é essencial para que possamos então progredir nessa caminhada, onde nem sempre estamos livres das pedras que nos aparecem ao trilhamos essa curta estrada que é a vida.
FELIZ PÁSCOA !!! RENOVE-SE !!!
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