A realidade nos mostra que a educação e principalmente os educadores, professores, funcionários públicos sempre foram vistos, por parte dos gestores, governantes e políticos, como a categoria responsável pelo inchamento da folha de pagamento, gastos do governo ou privilegiados de onde sempre podemos tirar um pouco mais, seja reduzindo os investimentos com a educação ou buscando reduzir direitos há muito conquistados pela categoria.
A educação se faz aos trancos e barrancos, e mesmo assim ela é capaz de transformar e formar pessoas, construir sujeitos e uma sociedade melhor, pois sem ela viveríamos uma barbárie maior do que vivemos hoje, pois a ética e a humanidade têm se perdido diante de um mundo de competições egoismo e insensatez.
Por que é tão difícil fazer do discurso a ação? Por que não destinar recursos significativos para educação e principalmente, por que não valorizar de fato àqueles que se dedicam a ela!
O Governo do PSDB do RS na busca de recursos, para cobrir o deficit do Estado, fazer caixa, mais uma vez direcionou sua atenção para a educação, fazendo na última reforma da previdência e do plano de carreira do magistério, aprovado por uma base cúmplice no Legislativo, alterações significativas que prejudicaram uma grande parte do funcionalismo público gaúcho.
Imagine você inativo, depois de anos de contribuição, ser "convidado" a voltar a contribuir com a previdência, retirando do seu provento um valor que poderia ser usado para remédios, gastos com a casa ou mesmo com o merecido lazer, falo aqui da maioria dos funcionários públicos, àqueles que recebem valores que mal dá pra sobreviver dignamente.
Para os professores foram várias as alterações que impactaram grandemente na folha de pagamento, que há mais de 60 meses vem sendo parcelada, atraso que obriga os servidores a fazer, junto ao Banco do Estado, empréstimos para poderem arcar com suas despesas e tentarem pagar suas contas em dia, o que têm também contribuído para o aumento do endividamento dos servidores públicos.
Temos ainda o reenquadramento do difícil acesso, o desconto, religiosamente, dos dias de greve (que foram repostos, pois do contrário não teria fechado o ano letivo), o fim da redução da carga horária para os mais velhos, gerando mais trabalho, enfim.
Mais uma vez se tira dos que têm menos, numa espécie de Robin Hood as avessas, sem se preocupar com as consequências para os servidores e para a própria educação de nosso Estado, que há muito deixou de ser referência nesse Brasil de intolerância e desigualdades.